O que é a compulsão alimentar? A influência das emoções no peso

Compulsão alimentar: Comer por tédio, frustração ou stress – diz-te alguma coisa? Em vez de ires buscar uma maçã ou umas amoras, vais ao pacote das gomas, à caixa dos chocolates ou à pizza. Se tens tendência a comer para compensar os teus sentimentos, poderás ter uma Compulsão Alimentar. 

Para saberes de onde vem a compulsão alimentar, que efeitos tem em ti e no teu corpo e como podes travá-la, falamos com a Antonia, especialista na transformação mental e emocional e fundadora da Dasein Your Life.

O que é a compulsão alimentar em psicologia?

Atualmente, a compulsão alimentar é um fenómeno generalizado que, de uma forma simples, é uma reação às emoções negativas. A comida atua como uma compensação ou um substituto das tuas emoções negativas, como o stress, o tédio ou a frustração.

Antonia Daseinyourlife Emotional Eating

Tenho uma compulsão alimentar?

A nossa especialista Antonia descreve uma sensação que talvez conheças: praticas desporto de forma intensiva, tens uma alimentação saudável durante a semana, bebes pouco álcool e tens ambição e disciplina, mas quando se trata de doces, não consegues rejeitar. Não consegues parar de comer algo delicioso, mesmo que já te sintas saciado. Nos dias maus, ficas com a consciência pesada. Outra indicação pode ser o facto de os teus pensamentos girarem regularmente à volta da comida.

Embora a compulsão alimentar possa parecer inofensiva a uma escala pequena, pode ter um impacto significativo na tua saúde mental e física. Portanto, deves identificar e minimizar, ou até eliminar, o motivo que leva à tua compulsão alimentar. 

Quais são os gatilhos típicos de uma compulsão alimentar?

Estudos anteriores sobre a compulsão alimentar centraram-se principalmente num estímulo emocional negativo, como o stress, como sendo o gatilho para comer em excesso. Eles demonstraram que os níveis de stress mais elevados estão associados a um maior consumo de comida. Além disso, os níveis de stress mais elevados podem fazer com que os teus sinais de fome e saciedade fiquem desregulados. Em termos práticos, o teu corpo deixa de conseguir distinguir a fome física da fome emocional. “Esta última precisa de um relaxamento real e tenta compensar o stress através do consumo de comida”, explica a especialista Antonia. “Se não estivermos atentos às nossas necessidades, elas fazem-se ouvir. Portanto, é importante dedicar algum tempo a ouvir as necessidades do nosso corpo.”

Segue-se a primeira dica da Antonia: 

Se perceberes que te sentes um pouco em baixo ao longo do dia, tenta encontrar uma forma de recarregar baterias sem ceder à ânsia de comer. Por exemplo, podes fazer uma pequena sesta ou uns exercícios de respiração curtos no local de trabalho. Por vezes, uma boa conversa com amigos ou colegas também pode ajudar. É essencial fazê-lo de forma regular para “substituir” aqueles teus hábitos indesejados. 

A Antonia descreve outra causa:

Voltar a viver acontecimentos desde a nascença que tu próprio avalias e interpretas. Estes acontecimentos levam a diferentes crenças, através de padrões de pensamento e da tua bússola de valorização. Talvez já te tenha passado pela cabeça: “Como recompensa, vou comer uns doces depois de praticar desporto.”

Cada um de nós desenvolveu mecanismos compensatórios ou padrões de relacionamento específicos. Estes não são problemáticos, até um certo ponto. No entanto, ajudaria se tentasses perceber se a compulsão alimentar foi uma decisão consciente ou se foi, por exemplo, a resposta a uma emoção.

Como posso identificar os meus gatilhos?

“Quanto mais sentimentos negativos sentires, mais estratégias a tua mente desenvolverá para compensar esses sentimentos negativos”, diz Antonia. “É aqui que a autor-reflexão e a literacia emocional podem ser úteis.” 

  • Primeiro passo: reconhecer os teus gatilhos internos. Procura o desconforto que precede um comportamento de compulsão alimentar e foca-te nele. Quais são as áreas da tua vida que te preenchem? O que provoca emoções negativas e como te sentes antes de um episódio de compulsãoalimentar? Começa a tomar consciência das emoções que desempenham um papel no teu comportamento alimentar e a ter uma melhor noção do que é a fome física e a emocional. 
  • Segundo passo: minimizar os teus gatilhos externos. Os gatilhos externos são sinais do teu ambiente que te dizem o que fazer a seguir. Podem ser sinais de uma pausa para o almoço, mesmo que não sintas fome, ou saíres para comer um bolo com os colegas porque receias ficar de fora.
Emotional Eating

Até que ponto a compulsão alimentar está a afectar seriamente a tua saúde mental?

Tal como todos os hábitos negativos, a compulsão alimentar tem consequências. “Quanto mais excessivos forem os hábitos, mais drásticos serão os efeitos”, afirma Antonia. Se não consegues distinguir a fome emocional da fome física verdadeira, é provável que acabes por comer mais do que precisas. Como tal, a ingestão de mais calorias leva a um excedente destas, resultando num aumento de peso. Os riscos da obesidade são bem conhecidos. Incluem diabetes, hipertensão arterial, dificuldade em praticar exercício físico e doenças cardiovasculares.

A nível emocional, é muito semelhante. Se não tiveres saúde emocional e mental, esta manifesta-se igualmente a nível físico. Estudos cerebrais confirmam que os pensamentos negativos influenciam intensamente os nossos sentimentos e vice-versa. Portanto, se estiveres sempre zangado e com pensamentos negativos, também te sentirás mal.

Travar a compulsão alimentar – como fazê-lo de forma sustentável

Um estilo de vida saudável ajuda a sermos mais equilibrados. Um dia inteiro com uma sensação de realização, por exemplo, no desporto, no trabalho ou na tua relação, também ajuda a evitar aquele tédio ou a frustração que à partida queres compensar. Os estudos mostram que os programas que promovem o exercício físico, a alimentação consciente, a regulação das emoções e uma imagem corporal positiva podem afetar positivamente a Compulsão Alimentar. Mais uma vez, indicamos todas as acções essenciais para travar a compulsão alimentar. 

Torna-te fisicamente activo

A actividade física regular tem demonstrado impedir o aumento de peso e reduzir a depressão, bem como outras formas de emoções negativas que podem levar à compulsão alimentar. Um estilo de vida saudável ajuda a sermos mais equilibrados. A tua melhor aposta é encontrar um desporto de que gostas. Por exemplo, tens mais de 50 desportos à escolha no Urban Sports Club.

Regula a ingestão de alimentos

Técnicas como a alimentação consciente podem ajudar a prestar mais atenção à fome interior e aos sinais de saciedade, para saberes quando e que quantidades deves comer. A nossa especialista Antonia também confirma: “A Alimentação Consciente é um método que traz mais plenitude à tua vida quotidiana. Não só para controlar a compulsão alimentar, mas também para conheceres melhor as necessidades do teu corpo.” Porque a alimentação consciente não é apenas comer devagar, é manter o foco e a intenção naquilo que estás a fazer: comer. Esta qualidade também te ajudará a reduzir o stress de outras formas e a estar menos agitado. 

Desenvolve a soberania emocional e mental

A soberania mental ajuda a regular melhor as tuas emoções, criando mecanismos mais saudáveis para lidar com as emoções negativas. Por vezes, conseguimos apoiar o desenvolvimento desta soberania com ferramentas simples e directas, integrando-as na nossa vida quotidiana. A Antonia explicou em detalhe três destas ferramentas:

  1. Folhas no rio: imagina que estás sentado ao lado de um riacho tranquilo e que observas as folhas que descem o riacho. Coloca as tuas preocupações e receios nestas folhas e deixa que a água as leve.
  2. Regra dos dez minutos: espera dez minutos antes de cederes à tua distração. Por exemplo: se estás muito tenso e chegas a casa com desejo de comer doces, liga um despertador para tocar ao fim de dez minutos e tenta controlar melhor os teus impulsos. Decorridos os dez minutos, pondera se queres mesmo comer o doce ou se é apenas um desejo depois de um dia de stress. 
  3. Surfar no impulso: quando tiveres necessidade de distracção, foca-te nisso. Quando nos apercebemos da necessidade de comer, geralmente tentamos suprimi-la. Porém, isso só a torna mais forte. Surfar no impulso diz que não fazemos nada disso. Apenas nos apercebemos da emoção e surfamos a onda por um breve momento. Este método costuma dissolver a sensação sem a empurrar ou perseguir. 
Antonia

Sobre a Antonia

A Antonia (29 anos), fundadora da Deseinyourlife e do programa de coaching UNIQUE LOOP, vive na Áustria e é coach há três anos e meio. Considera-se uma entusiasta da mudança e especialista em transformações energéticas e mentais. As suas ferramentas de coaching incluem a PNL (programação neurolinguística), a hipnose, a psicologia positiva e a sua formação inclui os estudos de carácter e as leis da consciência.

Um estilo de vida saudável e equilibrado

O desporto pode ajudar-te a encontrar um estilo de vida mais saudável e a regular as tuas emoções. Sabe mais sobre as formas como o Urban Sports Club pode ser o teu parceiro certo nesta mudança.

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