Escalada em Cascais: a atividade perfeita para os amantes da natureza
Esta semana, a nossa exploradora desportiva aventurou-se a fazer escalada em Cascais! Afinal, melhor do que escalar falésias pontiagudas, só mesmo chegar ao topo e desfrutar de uma vista privilegiada do oceano Atlântico – aqui fica o seu testemunho!
“São 10h00 em Cascais e o sol da manhã reflete-se nas ondas do Atlântico. Mais uma vez, estou com a Onya, a fotógrafa que me acompanhou na aula de vela em Lisboa, lembram-se dela?
Nisto, chega o Francisco, o cofundador da FY Nature, uma empresa de atividades ao ar livre em Lisboa, que dá aulas de escalada, mas também de coasteering, surf e bouldering na região. Hoje é dia de escalar e eu sinto-me preparada para iniciar a minha escalada em Cascais!
Bronzeado e de cabelos louros, o Francisco faz-me lembrar o Tony Hawk. “Bem-vinda a Lisboa!” cumprimenta-me, ao mesmo tempo que começa a descarregar cordas, capacetes e arreios do carro. “Este é o Sebastian e é ele quem nos vai ajudar hoje” acrescenta. O Sebastian sai carro e bem humorado, diz-nos: “Não se preocupem, eu sou especialista em escalada. Já fiz isto pelo menos duas vezes na vida! Vamos?” Obedientes, eu e a Onya seguimos os dois pelos degraus irregulares de pedra, até chegarmos ao fundo do penhasco.
Já cá em baixo, a vista é de tirar o fôlego: o mar tem o mesmo azul profundo de um céu noturno. Contudo, agora o cenário não importa e não me posso distrair! Em vez disso, ponho-me a admirar o penhasco que estou prestes a subir! Simultaneamente, o Sebastian passa-me o capacete e começa a prender cordas e fios à minha volta! Como se deram conta da minha cara de medo, para me distrair, começam a fazer-me perguntas sobre o Urban Sports Club. Na verdade, funciona, mas só por alguns segundos! Assim que volto a olhar para cima, volta o pensamento: “como é que eu achei que fazer escalada era uma boa ideia?!”
Para que entendam o meu receio, o penhasco tem 20 metros de altura e cerca de dez metros separam-nos do mar! Aliás, posso sentir a água salgada na cara, enquanto as ondas batem nas rochas pontiagudas! O Francisco começa a subir e vai prendendo as cordas, através de clipes perfurados na parede. Posso vê-lo a saltar de uma rocha para a outra, com a destreza de uma gazela. Pessoalmente, tenho a certeza de que a minha tentativa vai-se assemelhar mais à de um gnu!
“Pronta?” pergunta-me o Francisco, enquanto o Sebastian prende uma corda ao meu arreio e bate no meu capacete. “Vai correr tudo bem”, assegura-me, “De certeza que chegas ao topo.”
Sinceramente, ele parece-me mais convicto do que eu! Assim que ponho as mãos na pedra nua, posso sentir o suor na cara. À medida que vou subindo, sinto a cara mais quente, por causa do sol e a aridez do penhasco a magoar os meus dedos.
A verdade é que se de longe já me parecia que não havia buracos para me segurar na rocha; de perto, posso confirmá-lo! Nisto, ouço o Sebastian: “Esta é uma subida de nível quatro” grita ele. Ora, eu nunca fui além do nível três!
“Usa as pernas, não os braços!” volto a ouvir o Sebastian, enquanto me vai dando mais corda. Orgulhosamente, supero o primeiro penhasco e logo escuto: “Agora precisas de te mover para o lado oposto!” Os nervos apoderam-se de mim e posso ouvir o meu coração a bater! Quanto mais vou subindo, mais difícil se torna. Pessoalmente, a sensação que tenho é que não parei de gritar. Quando mais tarde comento isto com a Onya, ela diz-me que estava completamente em silêncio!
Enquanto continuo a lutar contra o penhasco, dou-me conta que tenho um pequeno público lá em baixo! Alguém deve ter-se dado conta de que há muito tempo que estou na mesma posição e, é então que, escuto uma voz desconhecida, a voz de uma mulher, que grita: “Tu consegues!”
“Obrigada!” respondo-lhe fracamente. Mas sem nunca olhar para baixo!
Neste momento, respiro fundo e uso as minhas pernas para dar balanço para chegar ao outro lado da rocha. Contudo, não me consigo segurar e começo aos gritos, enquanto me sinto a cair no abismo!
Brincadeira, eu estou bem. Apenas, a balançar no ar. Aliás, pareço uma bebé gigante suspensa no ar! Ao longe, ouço um “Estás bem” e dou-me conta que sim, que a verdade é essa: eu estou bem e continuo!
Durante a minha escalada em Cascais, o Sebastian passa a ser como o meu “elevador humano” pessoal. Muitas vezes, nem tenho escolha, pois não há literalmente nada, onde me possa agarrar. O bom é que agora ja não estou tão assustada e vou usando as minhas pernas consoante as instruções que me são dadas e subindo cada vez mais alto, ora içada pelo Sebastian, ora encorajada pela Onya e pelo Francisco. Embora os meus dedos doam, UAU! Que vista! “Isto, sim, isto é viver, isto é natureza!” penso eu, enquanto contemplo a vista!
Então, de repente, ouço um “Já está, está feito! Não podes ir mais alto!”, seguido de um “Bom trabalho!” Satisfeita, faço o que me mandam e seguro-me na corda, enquanto lentamente, vou descendo! Não vou mentir, é com algum alívio que volto a pisar terra firme!
Honestamente, preciso de um descanso antes da minha próxima ronda de escalada! Por isso, eu, o Francisco e o Sebastian tentamos convencer a Onya a tentar. Mesmo sem calçado apropriado e sem nunca ter escalado na vida, ela aceita – é ou não é, a fotógrafa mais corajosa do mundo?
Durante a subida, ela grita como se a vida dela dependesse disso e depois de um “Letmedownletmedownletmedownletmedown” gritado em plenos pulmões, ninguém se atreve a dissuadi-la. Logo, a Onya regressa à terra!
Ela desce e eu subo! Desta vez, é bem mais fácil e sou capaz de relaxar e de desfrutar do resto da minha sessão de escalada em Cascais! Quando pergunto ao Francisco o porquê de começar por algo tão difícil, ele diz-me “Assim podes aproveitar o resto da escalada!” – certo!
Depois da nossa sessão de escalada, eu, o Francisco e o Sebastian sentamo-nos em frente ao mar, numa grande rocha, enquanto os dois me contam mais coisas sobre a FY Nature. “Eu fundei a FY Nature com dois parceiros de negócio, dois amigos” começar por explicar o Francisco, “Um deles é especialista em montanhas e trouxe a experiência da escalada e das montanhas à equipa. Eu sou o surfista. Aliás, só comecei a escalar quando fundei a empresa.”
O que o Francisco mais gosta neste trabalho é que lhe permite desconectar-se: “Hoje em dia, estamos sempre conectados, sempre a olhar para o telemóvel! A escalada e o surf permitem-nos abstrair e conectar com a natureza – é muito relaxante! Até porque ninguém iria surfar com um smartphone, seria estúpido! Aliás, isso é o que eu mais gosto nas atividades ao ar livre: estás no momento!”
O Sebastian acrescenta “Na verdade, é essa a ideia da empresa, queremos mostrar a Natureza e ‘tirar’ as pessoas da tecnologia, fazendo com que realmente vivam e vivenciem o momento. Pelo menos, é o que eu tento fazer quando estou a dar aulas de escalada ou de surf. Aliás, procuro sempre assegurar-me de que as pessoas gostam tanto quanto eu, como quando comecei.”
Olhando para trás, quando penso na primeira escalada de hoje, tudo o que eu queria, era chegar ao topo. Ou seja, a minha mente estava totalmente livre das preocupações quotidianas.
“FY significa juventude ou para sempre jovem” (“forever young”) continua o Francisco e esclarece-me: “Quando éramos novos, estávamos mais no meio da natureza e brincávamos lá fora. Quando eu surfo, volto a esses momentos.” Ele faz uma pausa por uns segundos, enquanto aprecia as ondas e conclui: “Sabes aqueles momentos em que parece que o tempo pára? Quando surfas a primeira onda, o tempo pára, com certeza. Para mim, momentos assim ficam para resto da tua vida e é a Natureza que te dá isso.”
Se também queres experimentar escalada em Cascais ou outros desportos ao ar livre em Lisboa e arredores, fica a saber mais no nosso site e aproveita para descobrir tudo o que está ao dispor dos membros da USC.
Além disso, o Urban Sports Club tem parceiros de escalada em toda a Europa. Dá uma vista de olhos no nosso site!
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